terça-feira, 1 de junho de 2010

Arrastam as sombras pelos muros da cidade
Já desfeitos
O pó
Passos espezinhados
Vaivém
Ruído

Descascados da espera
Interesses corrompidos

Os muros da cidade estão despidos
Castigados
Rasgados de verdades retraídas

São muros de palácios de tascas de jardins
Todos oblíquos
Paisagens cubistas em manhãs de penumbra

São as ruas que descem ao rio
Sequiosas de luz

Mas o rio é uma silhueta cerrada
Calabouço

A violência por detrás das sombras
A noite de capote avança

A noite de capote avança
E tu sabes
Não te escondes, gritas, resvalas
Com as entranhas diluídas nos escoadouros
Até ao último grito
Até ao último som
O eco da última palavra.

1/06/2010
Rk