Domingo de manhã. O café da Estrada de Benfica. O
homem na última mesa do café, estava como quem lê o jornal em desamor. Era só, na
sala contígua à do balcão, e observava em dor os pares, os grupos, as conversas
animadas da primeira sala. Observava os sozinhos que, como eu, à pressa, se acercavam do balcão, enquanto simulava ler aquele jornal aberto na estratégica
página da solidão. E no seu rosto vincado havia traços de repúdio, abeirado do
sofrimento. Em
precipício. Dois jovens sugiram, mão na mão, sorrindo, e o
homem ocultou-se, impenetrável, por detrás daquele biombo, que na capa dizia
«Público».
17/06/2012
Raquel
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