Ando aqui à
procura não sei do quê.
Hoje, o meu vazio
é uma espécie de pressa de chegar.
Chegar aonde? E
por onde ir?
Este vazio que me
dispersa e me faz escrever
Escrever sem rumo
Dissipa o tempo
Essa pressa
Essa espera, sem
estar à espera de nada.
Será do silêncio
Todo o dia
quebrado pelo motor do computador
Já velho?
Este não-sei-quê
sem ossos e sem pele
Descarnado
informe sujo frio
Esta voz onde o
apelo é sem vento que o leve
É deste grito que
escrevo
Esta pressa
Este estado de
fuga sem Lá nenhum para onde ir
É deste grito
seco do corpo exangue e rouco
Este olhar p’ra
dentro e só um eco
Um eco no poço
sem muro
Perdido entre o
mato e os silvados
Do abandono
Onde nem no reflexo
disforme
Me desenho.
21/11/12
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