Andam as pessoas tristes na rua triste
E chuvosa
Enxovalhada, charco de vida arrastada
Andam feias e penduricalhas
Penduradas migalhas na rua triste
Paralelas vão
Rente aos prédios de betão
Perpendiculares
Aos passeios parecidos com dentaduras
Que riem escancaradas
Que riem às gargalhadas
- Ignaras –
Onde rumos pré-traçados nunca se desviam
(Triste geometria em linhas rectas
Que se entre-intersectam)
Vida pra cá e pra lá
Que os prédios espartilham
Sem fôlego, sem ar, sem sangue
- Sem Amor –
Penduricalhas as pessoas tristes
Penduradas, migalhas
Lá vão pela manhã
Com a vida num saco do Dia
Onde se amparam para seguirem
No charco chapinham...
Raquel
9/11/2010
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