segunda-feira, 2 de novembro de 2009

(...) E matavam todos os judeus que iam encontrando e despojavam-nos dos seus bens...
- Porquê os judeus? – Perguntei a Salvador.
E ele respondeu-me:
- E porque não?
E explicou-me que toda a vida tinham ouvido os pregadores que os judeus eram os inimigos da cristandade e acumulavam os bens que a eles lhes eram negados. Perguntei-lhe se não era porém verdade que os bens eram acumulados pelos senhores e pelos bispos, através das décimas, e que, portanto, os pastorelli não combatiam os seus verdadeiros inimigos. Respondeu-me que, quando os verdadeiros inimigos são demasiado fortes, é preciso então escolher inimigos mais fracos. Reflecti que, por esse motivo, os simples são assim chamados. Só os poderosos sabem sempre com grande clareza quem são os seus verdadeiros inimigos. [...]
Perguntei quem tinha metido na cabeça à multidão que era preciso atacar os judeus. Salvador não se recordava. Creio que, quando se reúnem tais multidões seguindo uma promessa e pedindo de imediato alguma coisa, nunca se sabe quem fala no meio deles. (...)

O Nome da Rosa, H. Eco

segunda-feira, 20 de julho de 2009

(...) Penso que era a mais esplêndida criatura que alguma vez vira (...). Fascinava todos os que mereciam ser fascinados, e também muitos que o não mereciam. (...)

Oscar Wilde - O Retrato do Sr. W. H.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

(…) – Assim tão mau é ser poeta? – replicou Preciosa.

- Mau não é – disse o pajem - , mas ser poeta somente não o considero muito bom. Deve usar-se a poesia como jóia preciosa que o dono não traz todos os dias, nem mostra a toda a gente, nem a cada passo, mas só quando convém e há razão para mostrá-la. (…)

Miguel de Cervantes – A Ciganita

quinta-feira, 11 de junho de 2009

«Que sorte acabou por ter esse animal, a gozar a vida na cidade mais bela do mundo, e eu aqui, entalada entre hoje e o futuro, e sem esperança em nenhum dos dois.»
Saramago, J., A Viagem do Elefante, Ed. Caminho, 2008, pp.34-35.
« O passado é um imenso pedregal que muitos gostariam de percorrer como se de uma auto-estrada se tratasse, enquanto outros, pacientemente, vão de pedra em pedra, e as levantam, porque precisam de saber o que há por baixo delas.»

Saramago, J., A Viagem do Elefante, Ed. Caminho, 2008, p. 35.
«Que é um acto poético, perguntou o rei, Não se sabe, meu senhor, só damos por ele quando aconteceu»

Saramago, J., A Viagem do Elefante, Ed. Caminho, 2008, p. 19.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

«Berta» no 5º FIBDB, Festival de BD em Beja


Aqui está a prancha com que eu e a Sara vamos participar na Exposição Colectiva de BD em Beja: 5º FIBDB, nos dias 30 e 31 de Maio. Apareçam e divirtam-se!

domingo, 19 de abril de 2009

Deixai-os; cegos são e condutores de cegos; e se um cego guia outro cego, ambos vêm a cair no barranco.

S. Mateus

sábado, 11 de abril de 2009

Novamente felicidades para a mesma Primavera

... Se não vos vir ou falar ou escrever antes, desejo-vos uma feliz Primavera do fundo da alma!, que é quando tudo renasce e se renova, quando o sol nos começa a desumidificar os ossos, quando as compressões musculares começam a dar lugar àquela languidez contemplativa do namoro das borboletas, abelhinhas e outros seres esvoaçantes, quando os sorrisos se rasgam após uma cervejinha fresquinha como se estivéssemos a olhar o mar (mesmo que estejamos no café suburbano a fugir com o olhar ao cimento armado), quando é tempo de esquecer uma boa parte do que nos atormenta...porque tudo tem um tempo. Feliz Primavera!

Um beijinho,
Raquel

segunda-feira, 6 de abril de 2009

FELIZ PRIMEVERA!

... A Arte timbra-se para os nervos vibrarem e não para a inteligência medi-la em lucidez...

Mário de Sá Carneiro
13-04-1914

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Feliz Ano Novo!

(...) Nenhum dos outros deuses filosofa, ou deseja tornar-se sábio, porque os deuses já são sábios e, em geral, os sábios não filosofam. Os ignorantes também não são filósofos, nem desejam tornar-se sábios, porque a ignorância caracteriza-se justamente por se julgar bem dotada, mesmo não possuindo, nem beleza, nem bondade, nem sabedoria. Ora, quando não pensamos que nos falta uma coisa, não a procuramos adquirir. (...)

Platão, O Banquete, Guimarães Editores, Lisboa, 1998, p. 91.