terça-feira, 9 de novembro de 2010

Andam as pessoas tristes na rua triste

E chuvosa

Enxovalhada, charco de vida arrastada

Andam feias e penduricalhas

Penduradas migalhas na rua triste

Paralelas vão

Rente aos prédios de betão

Perpendiculares

Aos passeios parecidos com dentaduras

Que riem escancaradas

Que riem às gargalhadas

- Ignaras –

Onde rumos pré-traçados nunca se desviam

(Triste geometria em linhas rectas

Que se entre-intersectam)

Vida pra cá e pra lá

Que os prédios espartilham

Sem fôlego, sem ar, sem sangue

- Sem Amor –

Penduricalhas as pessoas tristes

Penduradas, migalhas

Lá vão pela manhã

Com a vida num saco do Dia

Onde se amparam para seguirem

No charco chapinham...


Raquel

9/11/2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cidade,

Nodosa alma

Latejam artérias

O dia, a hora...

Perecem segundos

Enquanto a chuva demora

Cadência calma

No labirinto nodosa alma

O vaivém que não abranda

E a chuva demora.


Entre paredes os caminhos seguem

Segmentos de vida

Inacabada

Ilusão de estrada

Onde os passos caem

Inconstante forma

Que resvala

Um tratado, uma lei

Uma norma.

Raquel

8/11/2010