sábado, 24 de dezembro de 2011

Resvalam navios oblíquos
Em despedidas lentas
Murmúrios de cascos rompem as águas
Densas
A paisagem baloiça em agonia
E a cidade despede-se de janelas fechadas.
Na outra banda
As casas diminutas tropeçam nos “outdoors” publicitários
(Em inglês importado por avultadas quantias)
O mar avança como no cinema
O tempo solta-se
Na distância irreversível da saudade
O mar tumular lamenta-se
Do infinito.
Num quebranto de ondas resignadas
Os corpos repousam em tumbas magníficas
Erigidas de dor e pranto
O mausoléu
Por detrás da última serra
Entoa o lamento secular dos homens.