domingo, 17 de junho de 2012


Domingo de manhã estacionada junto ao vidrão. O homem passou em passo lento com dois sacos de assas, um em cada mão, cheios com garrafas de litro vazias. Olhei para os sacos e fixei-o, sem reparar que ali me ficara o olhar suspenso enquanto os pensamentos me alhearam. O homem com a alma recurvada de ressaca, reparou que o observava e desviou-se, e aos sacos, fugindo à possibilidade da sua bebedeira do dia antes. Ela notava-se num amanhecer em vincos depois da festa, mas o meu olhar estava suspenso, não no dedo que aponta que te embebedaste, mas numa quase nostalgia demasiado lúcida de desejo de uma festa... embriaguez falhada. O som dos vidros estilhaçados no contentor: a música remanescente da véspera. Moral da história: Quando se trabalha aos Domingos, bebe-se a ressaca alheia. Moral da história II: quando não se tem festa há muito tempo, não estacionar junto ao vidrão. Moral da história III: Faça-se Festa!


17/06/2012
Raquel

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